O que fazer quando não existe uma resposta perfeita?
- Gustavo Caetano
- 22 de abr.
- 4 min de leitura

Você já se sentiu preso entre duas opções ruins?
De um lado, algo insatisfatório, mas conhecido. Do outro, algo novo, desconhecido e assustador. Pode ser um emprego que não te motiva mais, um relacionamento que esfriou ou uma estratégia de negócios que simplesmente parou de dar resultados.
Geralmente, ficamos presos ao que já conhecemos, mesmo que seja frustrante. A lógica parece clara: "Pelo menos eu sei com o que estou lidando." Afinal, como diz o ditado popular: "Melhor o diabo que você conhece do que aquele que você não conhece". Certo?
Mas e se essa lógica estiver completamente errada? E se, na verdade, a opção mais estável e inteligente for justamente fazer o movimento oposto e partir rumo ao desconhecido?
Neste artigo, inspirado em um conteúdo recente da newsletter "One Thing Better", do editor-chefe da revista Entrepreneur, você vai aprender como avaliar melhor essas situações difíceis e descobrir o que realmente significa "estabilidade".
A armadilha da falsa estabilidade
Recentemente, o autor da newsletter (editor-chefe da Entrepreneur) conversou com um amigo chamado Jim, que estava vivendo exatamente esse dilema. Jim trabalhava há anos na mesma empresa, mas, após uma recente reorganização, ganhou um novo chefe que tornou sua vida profissional um pesadelo.
Jim estava infeliz. Sentia-se inseguro, ameaçado e não tinha clareza sobre seu futuro na empresa. Ainda assim, ele não cogitava sair. Quando o autor questionou o motivo de não procurar algo melhor, Jim respondeu:
"Porque pelo menos eu tenho a estabilidade de um emprego agora."
Foi aí que veio a grande revelação:
"E se sair for, na verdade, a opção mais estável?"
Redefinindo o que significa "Estabilidade"
Vamos analisar melhor a situação de Jim. Sim, ele tinha um emprego. E sim, isso pode parecer estável. Mas a sua experiência diária era profundamente instável: ele vivia em constante ansiedade, não sabia o que esperar, não enxergava um caminho claro para o sucesso e sentia que não tinha controle sobre seu destino.
Isso não é estabilidade. É apenas uma instabilidade familiar.
Se Jim decidisse sair, ele saberia exatamente o que fazer a seguir: atualizar o currículo, acionar sua rede de contatos, procurar novas posições, desenvolver novas competências. Todas essas ações estariam sob o controle dele.
Atualmente, Jim está confundindo "estabilidade" com "ter um emprego". O que ele precisa é redefinir o conceito como "ter controle sobre sua situação".
Essa pequena mudança de perspectiva muda tudo.
Como avaliar sua próxima decisão difícil
A próxima vez que você estiver preso entre algo insatisfatório e algo assustador, utilize esse framework simples de três passos para tomar decisões mais claras e assertivas:
Passo 1: Defina claramente o que é "estabilidade" para você
Seja objetivo e realista. Não estamos falando de um cenário ideal, mas sim do que é realmente possível.
No caso de Jim, o cenário ideal seria permanecer no emprego com um outro chefe. Mas isso simplesmente não era possível. Ele já havia tentado. Então, precisava definir o que seria uma estabilidade real e atingível: permanecer num ambiente tóxico ou conquistar um novo emprego com maior satisfação.
Passo 2: Avalie cada caminho possível
Pergunte-se:
Qual das situações oferece um caminho mais claro para o sucesso?
Em qual das situações eu tenho mais controle sobre os próximos passos?
No caso de Jim, o caminho em seu emprego atual era obscuro e imprevisível. Já o caminho para conseguir um novo emprego tinha etapas claras e ações práticas sob seu controle, mesmo que viesse com desafios próprios.
Passo 3: Identifique suas três primeiras ações práticas
Isso não significa resolver tudo imediatamente. Mas ajuda você a visualizar claramente o ponto de partida e entender que você tem mais controle do que imagina.
Para Jim, os três primeiros passos poderiam ser:
Atualizar seu currículo e LinkedIn.
Comunicar sua rede profissional que está aberto a novas oportunidades.
Começar a se conectar e interagir mais ativamente com profissionais relevantes nas redes sociais.
Ele poderia iniciar essas ações imediatamente.
Estabilidade não significa perfeição – significa escolher melhores problemas
Imagine que Jim tome sua decisão e resolva sair do emprego. Ou imagine que você dê seu próprio salto rumo ao novo: mudando seu modelo de negócio, encerrando uma relação pessoal ou profissional, ou qualquer outra mudança significativa.
A próxima fase será, sim, incerta. Não podemos minimizar isso. Deixar um emprego traz impactos financeiros. Terminar relacionamentos envolve emoções difíceis. Essas decisões trazem repercussões reais.
Mas lembre-se sempre de uma pergunta poderosa:
"Este novo problema é melhor do que o problema antigo que eu tinha?"
Não existe uma opção perfeita. Todo caminho tem desafios próprios. Precisamos ser realistas e focar em escolher os desafios que nos trazem crescimento, controle e progresso.
Às vezes, deixar algo para trás é, na verdade, a opção mais estável e inteligente. Porque a verdadeira estabilidade está exatamente do outro lado daquilo que nos aprisiona.
Escolha o caminho em que você tem controle
Como sempre compartilho no meu blog gustavocaetano.com/blog, inovar não é apenas criar algo completamente novo – é também ter coragem para mudar o que não funciona mais e assumir riscos inteligentes.
A inovação começa em nossas decisões diárias. Escolher o caminho que te dá mais controle e clareza pode ser exatamente a inovação pessoal que faltava para transformar sua vida, sua carreira ou sua empresa.
Faça a escolha que te permita avançar um passo de cada vez, sempre rumo ao que você realmente deseja construir.
Gostou desse conteúdo? Continue acompanhando mais insights e conteúdos sobre inovação, empreendedorismo e transformação digital no meu blog: gustavocaetano.com/blog.
Até o próximo artigo!
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