Por Que a IA Conversacional Representa a Terceira Onda Tecnológica e Vai “Engolir” os Apps?
- Gustavo Caetano
- há 2 dias
- 4 min de leitura

A tecnologia está em constante evolução, e de tempos em tempos, surge uma inovação capaz de transformar completamente a forma como interagimos com o mundo digital. Nos anos 2000, os aplicativos revolucionaram o acesso à internet e se tornaram a principal interface entre usuários e serviços. Agora, estamos diante de uma nova transformação: a inteligência artificial conversacional. Segundo especialistas como Guilherme Horn, head do WhatsApp para Índia, Indonésia e Brasil, essa tecnologia representa a terceira onda tecnológica — e tem o potencial de substituir muitos dos aplicativos que usamos hoje.
Neste artigo, vamos explorar como a IA conversacional está moldando o futuro da tecnologia, quais são os impactos dessa mudança e por que ela pode redefinir a forma como trabalhamos, aprendemos e nos conectamos.
O Que É a Terceira Onda Tecnológica?
A terceira onda tecnológica refere-se à ascensão da inteligência artificial conversacional, que está transformando a maneira como interagimos com dispositivos e serviços digitais. Diferente das ondas anteriores — a era dos sites e, posteriormente, a dos aplicativos —, essa nova fase coloca a conversa natural no centro da experiência do usuário.
Por que a IA conversacional é tão disruptiva?
Interação mais humana: Ferramentas como o ChatGPT, Alexa e os agentes conversacionais do WhatsApp permitem que os usuários interajam com a tecnologia de forma natural, sem a necessidade de interfaces complexas.
Acessibilidade universal: Com a IA conversacional, não é necessário baixar dezenas de aplicativos. Uma única interface pode atender a diversas necessidades, desde compras até suporte técnico.
Personalização em escala: A IA é capaz de entender preferências individuais e oferecer respostas e soluções altamente personalizadas.
O Impacto da IA Conversacional nos Apps
Assim como os aplicativos substituíram os sites como principal canal de interação digital, a IA conversacional tem o potencial de “engolir” os apps. Guilherme Horn destaca que, atualmente, os usuários utilizam regularmente apenas sete a oito aplicativos, o que representa cerca de 30% dos programas instalados em seus smartphones. Muitos apps acabam sendo baixados e esquecidos, ocupando espaço sem agregar valor.
Com a IA conversacional, essa dinâmica muda completamente. Em vez de navegar por diferentes aplicativos, os usuários podem resolver tudo em uma única interface conversacional. Imagine, por exemplo:
Reservar um voo diretamente pelo WhatsApp.
Gerenciar finanças com um agente virtual integrado ao seu banco.
Obter suporte técnico sem precisar abrir um aplicativo específico.
Essa centralização de serviços em plataformas conversacionais não apenas simplifica a experiência do usuário, mas também cria novas oportunidades de negócios.
Casos Práticos: WhatsApp e Itaú na Vanguarda
Dois exemplos destacados no NeoSummit Inteligência Artificial mostram como a IA conversacional já está sendo aplicada com sucesso:
1. WhatsApp como Sistema Operacional
O WhatsApp está se posicionando como uma plataforma central para a IA conversacional. Guilherme Horn afirma que a tendência é que o aplicativo evolua para se tornar um sistema operacional direto, onde empresas e usuários podem interagir de forma integrada. Hoje, mais de 1,5 bilhão de pessoas utilizam áreas como canais e status no WhatsApp, o que abre espaço para novas formas de engajamento e monetização, como anúncios direcionados.
2. Itaú e a Inteligência de Investimentos
O Itaú lançou recentemente a ferramenta “Inteligência de Investimentos Itaú”, que utiliza IA generativa para ajudar clientes a gerenciar seus investimentos. Inicialmente, o agente virtual trabalha com 50 produtos financeiros, mas o objetivo é expandir esse portfólio. Segundo Ricardo Guerra, CIO do Itaú, a IA conversacional permite oferecer recomendações altamente personalizadas e melhorar a experiência do cliente.
Os Desafios da IA Conversacional
Apesar de seu enorme potencial, a IA conversacional enfrenta desafios significativos:
Supervisão humana: Para garantir que as interações sejam precisas e éticas, é necessário um monitoramento constante. Ricardo Guerra destaca que o Itaú investiu 70% de seus recursos em guardrails, ou seja, mecanismos para garantir que a IA mantenha o tom de voz desejado e não desvie do assunto.
Privacidade e segurança: Com a centralização de dados em plataformas conversacionais, proteger informações sensíveis dos usuários se torna uma prioridade.
Inclusão digital: Para que a IA conversacional alcance todo o seu potencial, é essencial garantir que ela seja acessível a diferentes públicos, independentemente de sua localização ou nível de alfabetização digital.
Oportunidades para Startups e Inovação
A ascensão da IA conversacional também está criando um terreno fértil para startups. Guilherme Horn menciona que, no Brasil, já existem mais de 200 startups desenvolvendo soluções baseadas em IA conversacional. Um exemplo é a plataforma imobiliária Lastro, que utiliza agentes conversacionais para fornecer informações detalhadas sobre imóveis, oferecendo uma experiência mais rica do que a de corretores tradicionais.
Essa abertura para inovação é uma das grandes vantagens da terceira onda tecnológica. Empresas de todos os tamanhos podem aproveitar a IA conversacional para criar novos modelos de negócios e atender às demandas de um público cada vez mais conectado.
O Futuro Está na Conversa
A IA conversacional não é apenas uma tendência; é uma transformação profunda que está redefinindo a forma como interagimos com a tecnologia. Assim como os aplicativos revolucionaram o acesso à internet, a terceira onda tecnológica promete simplificar ainda mais nossas vidas, centralizando serviços e colocando a conversa no centro da experiência digital.
O vencedor dessa corrida — seja ele uma grande empresa como Meta ou startups inovadoras — terá o poder de moldar o futuro da tecnologia e da sociedade. E você, está preparado para essa nova era?
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