Como a IA vai transformar a carreira de desenvolvedor segundo o CTO da Microsoft
- Gustavo Caetano
- há 2 dias
- 2 min de leitura

A evolução da inteligência artificial (IA) está reescrevendo o papel dos desenvolvedores de software, e Kevin Scott, CTO da Microsoft, prevê mudanças radicais para a profissão até 2030. Em entrevista recente, Scott afirmou que até 95% de todo o código será gerado por IA em cinco anos, mas reforçou: os humanos permanecerão essenciais e a profissão de programador, longe de desaparecer, se tornará ainda mais estratégica.
O que vai mudar no desenvolvimento de software?
Segundo Kevin Scott, a automação proporcionada pela IA será tão impactante para o setor quanto a transição da programação em Assembly para as linguagens de alto nível, nas décadas passadas. “Apenas uma pequena parcela do código será escrita linha por linha por humanos”, destaca Scott. No entanto, ele faz questão de frisar que o papel intelectual e criativo dos profissionais continuará fundamental.
Ainda de acordo com Scott, ferramentas de IA vão baixar a barreira de entrada para quem deseja criar soluções digitais. Se antes era preciso buscar um desenvolvedor para fazer um site ou automação simples, agora, soluções de IA permitem que qualquer pessoa consiga construir pequenas ferramentas para suas necessidades, de forma rápida.
Desenvolvedores: do operacional ao estratégico
Ao invés de substituir os desenvolvedores, a IA transformará o perfil da profissão. Segundo Scott, haverá sempre demanda por especialistas capazes de lidar com problemas computacionais complexos e de nicho – e esses profissionais farão uso avançado das próprias ferramentas de automação, elevando os padrões do mercado.
Há uma expectativa de que times enxutos, equipados com IA, possam entregar projetos equivalentes aos de grandes equipes no passado. O ganho de produtividade permitirá que grupos formados por cerca de 10 engenheiros, com acesso a ferramentas inteligentes, façam o trabalho que antes exigia cem pessoas. “Pequenas equipes serão mais rápidas, motivadas e capazes de grandes realizações com as ferramentas certas”, afirma o CTO da Microsoft.
A mudança do “core” da profissão
O que muda, na prática? Tarefas repetitivas e rotineiras, como manutenção ou geração de código padrão, serão totalmente delegadas à IA. Já o entendimento do problema, a arquitetura e os ajustes finos permanecerão humanos – agora mais voltados à criatividade, estratégia e resolução de problemas inéditos. Isso criará oportunidades, inclusive, para quem tem menos experiência “de código”, mas entende profundamente o negócio.
“Todo mundo vai virar desenvolvedor?”
Para Kevin Scott, a IA democratiza o desenvolvimento: situações cotidianas que antes demandavam uma equipe de TI passam a ser resolvidas por qualquer usuário, via comandos de linguagem natural. Mas ao mesmo tempo, solucionar os “maiores problemas computacionais do mundo” continuará exigindo cientistas da computação altamente qualificados, preparados para extrair o máximo das novas tecnologias.
Estamos entrando em uma nova era para o desenvolvimento de software. Segundo o CTO da Microsoft, a IA vai transformar o código em commodity, mas elevará a criatividade, o raciocínio computacional e as soft skills dos profissionais como diferencial competitivo. “A profissão não vai acabar, vai evoluir”, resume Scott.
Acompanhe todas as mudanças do setor e prepare-se para um futuro em que humanos e máquinas atuam, juntos, em cada linha de código.
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